sexta-feira, 29 de abril de 2011

Conforme o prometido

Voltei. E dessa vez devo ficar por algum tempo. Quanto tempo, não sei. Por mim iria andar para bem longe, mas no momento é mais sábio ficar por aqui.


Para quem achou que a foto do post anterior era na Europa, enganou-se. Aquela casinha encontra-se em Monte Verde, nas Minas Gerais.


Fui para a Suíça francesa. E cada vez que vou em um país onde se fala francês tenho raiva de mim mesma por não ter seguido o conselho de meus sapientíssimos professores da época que me recomendavam que estudasse mais francês pois tinha facilidade para aprender a língua. Naquela época eu estava só interessada em tirar a nota e não me interessava nem um pouco pelas histórias de Pierre Vicent.


Bem feito. Hoje em dia eu sofro para enteder o que as pessoas falam e fico que nem "mim Jane, You Tarzan" ou então falo para a pessoa falar bem devagar e respondo em inglês.


Na Suíça francesa tem-se a vantagem de muitos falarem alemão e na minha testa deve ter escrito que falo alemão pois os vendedores eram logo solícitos e falavam então alemão.


Aqui está uma foto que dizem que não se deve ficar tirando dos outros. Mas eu não me contive.


Pena que não aproximei mais.





quarta-feira, 27 de abril de 2011

E fuiiii ...

E agora estou indo. Um gerúndio para compensar que logo estarei voltando. E daí eu conto por onde fui.

Vou voltar ...
Sei que um dia ainda hei de voltar.

Onde será?

domingo, 24 de abril de 2011

Domingo de Páscoa

A partir de quando se é velho? Uma pergunta que parece não caber muito num domingo de Páscoa, onde sabidamente se festeja a ressurreição de Nosso Senhor, Jesus Cristo, que, aos 33 anos de idade, morreu crucificado para salvar a Humanidade de seus pecados.


Independentemente do fato de que nesses dois mil anos que nos separam da crucificação do Cristo o conceito de pecado ter mudado bastante, sendo que hoje em dia penso não haver mais pecado no mundo, pois tudo me é lícito (mas nem tudo me convém, já dizia o Apóstolo Paulo na primeira epístola aos Coríntios - 10:23), o fato de alguém ter morrido barbaramente na cruz para salvar a mim de meus pecados sempre me incomodou bastante.


Eu não queria que Cristo tivesse de morrer na cruz para me salvar de meus pecados, mesmo porque eu não sei quais são meus pecados e aquilo que em algum dia no remoto passado foi considerado pecado, hoje em dia é algo sancionado pela sociedade em geral e pelos indivíduos em particular.


Na imensa aldeia global em que se transformou o mundo não existem limites e nem fronteiras além daqueles determinados pelo próprio indivíduo. Leis existem para serem interpretadas e sábio é aquele que usa a lei a seu favor e o resto que se exploda.


Assim, não sabendo muito bem como refletir sobre pecado nessa linda manhã da Ressurreição, fiquei a me perguntar sobre a velhice e concluí que se é velho a partir do momento em que se sente mais saudade daqueles que já morreram do que daqueles que ainda estão vivos.


Passei então em revista meus mortos e meus vivos e concluí que devo estar na meia-idade. Ainda não tenho tantos mortos que fazem bater em mim uma baita saudade e os vivos de quem tenho saudades estão perfeitamente a meu alcance, apesar de muitos estarem distantes a horas de viagem.


Na sexta da paixão assisti a um curto documentário de Margot Käßmann onde ela dizia da morte como a grande mensagem da vida.


A biografia de Margot Käßmann é interessante, sobretudo para aqueles que se interessam pela relatividade do pecado. Nascida em 1958, estudou teologia luterana e em 1985 foi ordenada Pastora da Igreja Luterana. Casou-se com um pastor luterano e juntos tiveram quatro filhas. Depois de uma carreira fulminante onde se inclui um doutoramento, Käßmann foi eleita Bispa da Igreja Luterana de Hannover, o maior braço da Igreja Luterana na Alemanha, com mais de três milhões de membros. Em 2007 divorciou-se e nessa ocasião colocou o seu cargo à disposição, o que não foi aceito pelo Conselho da Igreja: divórcio não é motivo para renunciar a qualquer cargo na Igreja Luterana.


Em outubro de 2009 veio então o ponto alto de sua carreira: Käßmann foi eleita a primeira Presidente mulher do Conselho da Igreja Luterana da Alemanha, um cargo equivalente ao de Presidente da Conferência Nacional dos Bispos.


No dia 20 de fevereiro de 2010, por volta das 11 da noite, Käßmann ultrapassou um sinal vermelho no trânsito de Hannover e foi imediatamente controlada pela polícia. O exame de sangue mostrou que ela tinha 1,54 promille de álcool no sangue. Permitido é um índice de 0,5!


Dentro da idéia "atire a primeira pedra aquele que estiver sem pecado", o conselho da Igreja Luterana colocou-se completamente ao lado de Käßmann. Mas ela mesma não conseguiu viver com esse pecado e renunciou a todos os cargos que tinha dentro da Igreja Luterana. Simultaneamente perdeu sua carteira de motorista por um ano e foi processada por negligência pela condução de veículo automotor em estado de embriaguez e condenada a 30 dias de multa, que no caso dela deve ter dado uma boa soma, já que essa multa é calculada em cima do valor do salário da pessoa!


Depois de alguns meses nos Estados Unidos, onde lecionou teologia em Atlanta nos USA, Käßmann voltou à Alemanha onde, ao lado de algumas aulas em universidades, tem também moderado alguns programas de televisão, como esse da sexta-feira da paixão, onde fala da morte usando o caso de uma família que teve trigêmeos, dos quais somente um sobreviveu. Para quem entende alemão e se interessa, aqui o link para se assistir ao vídeo de 14 minutos.


Para que possa haver ressurreição, tem de ter havido antes a morte, o que de novo me remete a meus mortos, nesse domingo da Ressurreição. E a saudade bate, e as lágrimas caem, pois estou ficando velha e tenho de fato mortos que me fazem muita falta.


Uma mãe que chora a perda de seu filho, a Mater Dolorosa, imortalizada por Michelangelo, uma figura simbólica que não cabe num domingo de Páscoa.  


Pietá na Catedral de Frankfurt


A primeira Páscoa sem minha mãe, que morreu antes do Natal. Será que nos céus do Senhor também se festeja a Páscoa?




  





sexta-feira, 22 de abril de 2011

Páscoa

Por cá existem inúmeros usos e costumes na Páscoa, começando por guloseimas na padaria, passando por assados especiais e, não por último, terminando nos ovos de Páscoa.


Como disse ontem, sou convicta de que todos esses usos e tradições tem mais a ver com a primavera do que com qualquer outra coisa. Na pesquisa de um outro assunto, deparei-me com um livro de 1854, chamado Simbologia Cristã de um Wolfgang Menzel, que em seu tempo foi até conhecido crítico literário. Interessante que na lista de suas obras no catálogo da biblioteca nacional alemã não consta essa obra, em dois volumes. Mas, em tempos de Google Books, quem é que se interessa pelo catálogo da biblioteca nacional alemã?


Resolvi traduzir o texto que diz respeito à Páscoa, por ver lá escrito muito do que eu mesma penso a respeito:



Páscoa (em alemão Ostern)

Festa da Ressurreição do Senhor. A palavra alemã foi mantida de uma antiga festa da primavera pagã em honra à Deusa Eastre, Eostra, Ostara. Sob esse nome provavelmente pretendia-se dizer do sol que vem do leste (Osten). Ainda hoje o povo acredita que no domingo de páscoa de manhã o sol salta três vezes de alegria pela Ressurreição do Senhor.

Vem daí a tradição, em muitos lugares, de subir a um monte na noite santa da páscoa e lá esperar o sol nascer. 

O sol, como a luz original, muitas vezes foi comparado com Cristo, a luz original do espírito, assim também o nascer do sol com seu nascimento e sua ressurreição. Essa simbologia corresponde também à época na qual cai a páscoa.

A primavera é ao mesmo tempo a manhã do ano, assim como o inverno foi a sua noite. O sol da páscoa, depois das longas noites de inverno, é o real sol matinal do ano, com o simultâneo acordar das flores e dos pássaros e de toda a vida na natureza.

Em tempos mais antigos o ano começava na Páscoa, com a primavera. Assim também o ano litúrgico começava antigamente no dia 25 de março.

A Páscoa é simultaneamente a antiga festa do Passah dos judeus, que cai na mesma época e que pode ser remetida à mesma simbologia da natureza pois, mesmo os judeus festejando em sua páscoa apenas a libertação de seu povo do Egito, assim essa libertação da escravidão, festejada justamente na primavera, nada mais significa do que a libertação da natureza das garras do inverno.

A festa do Passah é fixa. A igreja cristã, no entanto, fez da Páscoa uma festa móvel, não apenas para diferenciar-se da festa judaica, mas para poder festejar a ressurreição sempre em um domingo. Dessa forma foi estabelecido que a Páscoa seria festejada sempre no primeiro domingo depois da primeira lua-cheia depois do equinócio vernal (21.03).

Na simbologia dos festejos da Páscoa, o cordeiro da Páscoa (Osterlamm) ocupa o primeiro lugar. Trata-se do mesmo cordeiro da Páscoa que os judeus abateram e comeram quando saíram do Egito, o que representa a origem da festa da Páscoa.

No entanto para os cristãos trata-se do Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo. O cordeiro da Páscoa é normalmente enfeitado com a flâmula da cruz, assim como o próprio Cristo carrega essa flâmula exclusivamente em quadros representando a Ressurreição.

O cordeiro é identificado com o sol. Em Brandemburgo na manhã da Páscoa, antes do nascer do sol, pega-se um recipiente com água e  na hora do nascer do sol espelha-se nela um cordeiro branco. Aqui percebe-se nitidamente como antigos cultos da natureza foram integrados na tradição cristã.

A festa da Páscoa é uma imensa festa da luz, pois a partir daí os dias ficam mais longos e se inicia a alta temporada da primavera e do verão, o que convenientemente se traduziu como a iluminação do mundo pelo cristianismo. Como o sol da Páscoa é uma alegoria para o próprio Cristo, assim também a fogo da Páscoa, a luz da Páscoa, a vela da Páscoa e o óleo da Páscoa.

Até os tempos modernos foram acendidas fogueiras nos morros. Saltava-se sobre elas, fazia-se com que os animais passassem rapidamente sobre ela, corria-se com pedaços de madeira em chama em torno dos campos já semeados. Rolava-se uma roda de fogo de cima do morro ou atiravam-se pedaços de madeira em chamas sobre os campos semeados, para assim abençoá-los e protegê-los contra danos. Guardavam-se as cinzas do fogo da Páscoa para proteger-se contra todos os tipos de malefícios.

Provavelmente antigamente se apagavam todos os fogos no sábado de alelulia para reacendê-los na sagrada noite da Páscoa com o nascer do sol. Essa tradição manteve-se pelo menos nas igrejas. Nas festividades da santa noite da Páscoa todas as velas são apagadas e acesas novamente somente de manhã, o que de acordo com a antiga crença aconteceu por um milagre no santo sepulcro em Jerusalém.

A crença de que na manhã da Páscoa as velas nas igrejas por milagre são acesas por luzes que vindas do mar ou do ar flutuam para dentro das janelas, é também presente em outras situações.

Um ritual comum na igreja católica é na Páscoa renovar-se todo o óleo usado na igreja. O óleo antigo é queimado, o que se denomina "queimar o Judas".

Além disso a grande "Vela da Páscoa", também denominada "Luz da Páscoa", uma imensa vela de cera, muitas vezes colorida e enfeitada, serve para acender todas as outras velas, sendo que também o povo faz fila para acender uma pequena vela para com ela ter um fogo abençado para o seu fogão doméstico.

Essa "Luz da Páscoa" queima pela primeira vez na noite da Páscoa. É comparada com a Coluna de Fogo que iluminou o caminho dos Judeus na sua saída do Egito. Mas, para diferenciá-la e torná-la cristã, ela é colocada na água do batismo. O novo óleo destinado ao serviço eclesiástico é consagrado já na quinta-feira santa.

A consagração da luz na Páscoa corresponde à consagração da água. Na Páscoa toda água é consagrada, o que acontece com especial festividade na igreja grega.  O patriarca dirige-se ao rio mais próximo e o abençoa. Na igreja romana somente a água benta e do batismo é abençoada.

No entanto, credita-se também à água da Páscoa para o uso particular uma bênção maior do que à água comum, e assim, no âmbito de festividades antigas, busca-se essa água já de dia ou, contra a corrente por uma mão virgem, sendo que sem dúvida entram aqui antigas tradições pagãs.

Entre jovens o jogar da água da Páscoa uns nos outros, que hoje em dia é uma brincadeira, tem provavelmente sua origem também em uma espécie de bênção.

Dentro da simbologia da Páscoa existe ainda o ovo da páscoa, a bola da páscoa, a panqueca da páscoa, todos três redondos, simbolizando a terra redonda e a fertilidade da terra que se inicia com a Páscoa, mas na tradição cristã aplicada à ressurreição de Cristo.

O ovo da Páscoa é inicialmente um símbolo do Redentor fechado dentro de um túmulo. A brincadeira muito antiga com ovos de Páscoa consiste em que duas pessoas batem seus ovos coloridos uns contra os outros, o que deve significar a Ressurreição da vida de dentro do ovo.

Muitas vezes os ovos são esvaziados e inseridas pequenas figuras, como o menino Jesus na manjedoura, um pequeno crucifixo, etc. Na pintura e no recheio dos ovos esgotou-se a criatividade e muita coisa de mau-gosto instalou-se. Mas já no tempo dos pagãos o ovo era o mais natural e óbvio símbolo da vida aprisionada na terra endurecida pelo inverno, que renasce na primavera.

Ao colorir os ovos, pensou-se talvez no sangue de Cristo ao se usar a cor vermelha, mas nas muitas outras cores pensou-se provavelmente no novo enfeite da primavera: as flores.

A panqueca da Páscoa é um bolo redondo, que se assa na Páscoa e antigamente se levava para os morros, para comê-lo ao nascer do sol. Provavelmente uma alegoria para a terra que a partir da páscoa novamente se torna fértil e traz alimentos.

A bola da Páscoa, com o qual crianças e virgens brincam na Páscoa, é provavelmente também proveniente de algum festejo pagão da primavera, simbolizando o sol no céu, que agora raia durante mais tempo. 

Considerando que a Páscoa é a manhã da ressurreição do Senhor, é óbvio que três dias antes é a sexta-feira da Paixão e cinqüenta dias depois a Epifânia. Todo o ciclo da Páscoa e Epifânia, iniciando-se com a quaresma, tem sua origem nas sagradas escrituras. No entanto parece que muitos usos e costumes da quinta-feira-santa são originários de uma antiga festa da primavera pagã, relativa às primeiras tempestades, às primeiras ervas, aos primeiros ovos, etc, o que não iremos tratar especificamente por não se tratar de simbologia cristã.

Christliche Symbolik
Wolfgang Menzel
Seite 175-180 
Regensburg 1854         
   
E assim, como hoje é sexta da Paixão, aproveitei para colocar uma nova Via Crucis em meu fotolog. Clicando na foto você pode ver as catorze estações da Via Crucis da Igreja de São Paulo de Munique.
Via Crucis  2011

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Semana Santa

Amanhã é sexta da paixão, um dia que promete ser magnífico, com temperaturas acima de 25°C o que é bastante para essa época do ano.


Nova vida!
Continuo achando que a Ressurreição nada mais é do que a natureza voltar a viver depois de um inverno brabo!


Mas, como para poder haver a ressurreição tem de ter primeiro a sexta da paixão, nada mais justo do que essas festividades todas serem na primavera.


Bom feriado a todos!

terça-feira, 19 de abril de 2011

Sobraram 45 horas!

Ausentei-me por alguns dias e cá estou de volta, mas é por pouco tempo. Quanto tempo, não importa, importante é saber que vou-me.


Para onde, pergunta decerto o curioso leitor. Não sei ainda. Mas sei que irei. Vontade tinha eu de entrar numa cápsula do tempo e enfiar-me lá no remoto século XIX.


Isso me remete à presença de ali quando me ausentei daqui. Pois que ali eu tive uma interessante conversa a esse respeito de século XIX.


Pois que o assunto era o tempo que se gastava para ir de A até B. No livro que estou lendo, o herói, montado a cavalo, leva 48 horas para percorrer uma distância que hoje, indo-se devagar, leva-se no máximo três horas, o que faz com que sobram 45 horas para se fazer qualquer outra coisa.


Mas, o que se faz hoje em dia com essas 45 horas que sobraram da viagem? Quando disse a meu interlocutor que achava que as pessoas no século XIX aproveitavam melhor o tempo e até tinham mais conhecimento do que nós hoje em dia, recebi um veemente protesto.


Disse-me o interlocutor que hoje em dia temos muito mais conhecimento implícito do que, por exemplo, esse meu herói do século XIX que andava no lombo do cavalo sem conhecer o automóvel, coisa que hoje em dia qualquer um conhece.


Para poder constatar essa assertiva procuro uma cápsula que me leve até esse meu herói para que eu possa com ele trocar umas idéias e, se for o caso, trazê-lo até aqui para ver o que ele faria com as 45 horas que sobraram da viagem.


Enquanto eu não acho essa cápsula contento-me em ficar procurando um lugar para ir nos próximos dias.


Quando encontrar eu aviso, tá?


Com esse a viagem seria mais devagar ainda.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Uma nobre profissão

Você sabe o que é um carteirista?

Até há relativamente pouco tempo eu não tinha a menor idéia do que era um carteirista e, se perguntada fosse, iria dizer que decerto se referia a alguma nobre profissão educacional, o que não deixou de ter a sua correção.

Tive o imenso desprazer de ser confrontada com a atividade desse nobre profissional quando estive pela primeira vez em Portugal, mais exatamente em Lisboa.

Pois que entrei no bonde, que por lá se chama eléctrico, na Praça do Comércio para ir a Belém, visitar o Mosteiro dos Jerônimos e comer dos famosos pasteizinhos que na verdade parecem antes empadas doces, ou seja, um programa mais de turista impossível.

O eléctrico chegou e todos os turistas, que não eram poucos, ficaram se empurrando para entrar no bonde. Como sardinhas enlatadas ficamos nós, pobres turistas, o que facilitou em muito a ação do carteirista, que também estava no elétrico, mas desceu logo na próxima estação, levando consigo minha carteira, onde não havia dinheiro algum, mas todos os meus documentos e mais cartões de crédito e de banco.

Deu-se então o inusitado, aquela seqüência de acontecimentos cujo produto final é rotulado de milagre.

O carteirista desceu na estação e jogou a carteira num cesto de lixo, o que foi visto por um motorista de táxi que tinha ponto naquela estação.

Entre os documentos que havia na carteira encontrava-se também o cartão funcional do meu trabalho. O motorista de táxi viu esse cartão e sabia que seus fregueses de um escritório ali na praça trabalhavam com a empresa cujo nome estava estampado na minha carteira funcional.

Foi lá e falou com sua conhecida que por sua vez ligou então para a filial do meu empregador em Lisboa.  A funcionária de Lisboa olhou então na lista telefônica interna da empresa e, veja só, de fato estava lá o meu nome e o número de telefone da minha empresa na Alemanha.

Como ela também falava alemão, não teve dúvidas e ligou para lá contando do ocorrido e de que haviam encontrado a carteira e coisa e tal.

Por mais um desses acasos inexplicáveis, na firma se sabia em que hotel eu estava.

Ao chegar ao hotel de volta do passeio, que no final das contas nem passeio foi, pois assim que me dei conta da falta da carteira começou o inferno de ir na polícia, bloquear os cartões e todas essas desagradabilíssimas coisas que se tem de fazer quando o carteirista entra em ação, sem te perguntar antes se pode, havia no quarto do hotel um telefax da minha colega de trabalho me passando o número de um telefone onde deveria telefonar para agendar a devolução da carteira. 

Atônita, sem acreditar muito no que estava lendo, telefonei para o tal número e, veja só, de fato uma simpática lusa me deu todas as coordenadas para que eu fosse então buscar a carteira no endereço assim e assado.

Mas, o meu anjo da guarda de plantão naquele dia provavelmente ainda não tinha tirado o diploma final no curso de milagres perfeitos, pois o dia era sexta-feira e o relógio marcava já 18 horas, com o que, a carteira iria passar o fim-de-semana trancada numa gaveta de um escritório lisboeta e só voltaria a meu poder na segunda-feira, que era o dia em que eu voltaria para casa. 

Só depois desse incidente é que eu entendi o que essa placa que se encontra em todos os eléctricos de Lisboa significa:

 

Ah, sim, antes que eu me esqueça, a simpática moça lusa disse-me ao telefone que desde que os brasileiros começaram a invadir Portugal, em função de algum acordo entre o Governo Português e o Governo Brasileiro, essa profissão desenvolveu-se com uma rapidez assustadora. Não acreditei muito nessa coisa, pois se assim o fosse, teria sido um batedor de carteiras e não um carteirista que havia levado a minha carteira, né não?  

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Igreja de Santana em Vinhedo

Uma Igreja que vale a pena ser visitada é a Igreja de Santana em Vinhedo (SP).

A construção é relativamente nova, de 1958 e o que mais chama a atenção são os vitrais num trabalho magnífico de um autor desconhecido. Ou, melhor seria dizer, de um autor não divulgado.

Santana e a menina: Detalhe do vitral na porta de entrada da Igreja de Santana em Vinhedo (SP)
A Prefeitura de Vinhedo oferece o seguinte texto na sua página sobre os pontos turísticos da cidade:

"Igreja Matriz de Sant´Anna: Construída no centro do distrito de Rocinha, dedicada a Sant´Anna, que viria a ser a padroeira da cidade. Foi substituída pela atual Matriz em 1958, obra que mobilizou por quase uma década a maior parte da população com doação de fiéis. Praça Sant´Anna, s/n – Centro."
Eu sempre fico muito frustrada quando vou querer informações sobre qualquer coisa interessante no Brasil. Um desastre completo. Quem sabe um dia isso também muda, já que a esperança, dizem, é a última que morre.
Igreja Matriz de Santana - Vinhedo
Igreja Matriz de Santana em Vinhedo (SP)

terça-feira, 12 de abril de 2011

Tempus fugit

Hoje minha tia, se viva ainda fosse, completaria 95 anos de idade. Mas ela morreu aos 88 anos de idade e deixou saudades. Meu avô e minha avó tiveram nove filhos, dos quais apenas três eram mulheres. Essa minha tia era a menina do meio e a que mais velha ficou das três.


Minha tia foi uma mulher de verdade, daquelas que hoje em dia não se faz mais. Mas, penso que isso deva estar ligado ao nome. Nomen est omen já diziam os romanos e penso que isso deva ser verdade, pois todas as mulheres que conheci com o mesmo nome de minha tia foram modelos de perfeição feminina, dentro de um paradigma que hoje em dia seria impensável.


Minha tia foi perfeita dona-de-casa, cozinheira de mão cheia, costureira, bordadeira, uma cultura acima da média e ainda um talento na organização do que quer que se inventasse. Casou-se por amor aos 22 anos de idade e morreu três semanas depois do marido.


Reclamo sempre que o tempo passa muito depressa, mas hoje fiquei me perguntando se de fato gostaria de voltar a viver há dez, vinte ou mesmo trinta anos e concluí que eu não quero voltar ao meu passado, não. Estou bem aqui no presente. Claro que poderia estar bem melhor, mas como também poderia estar bem pior, fica melhor do jeito que está, que estará de excelente tamanho.


Claro que a gente tem saudades de pessoas que já se foram, claro que a gente tem saudades dos tempos em que valores ainda existiam, mas tem muito mais coisas das quais não tenho saudades e que sou feliz de ter deixado para trás que acabo concluindo que o tempo não passa depressa demais. 


E, quando bater a saudade a gente busca as velhas fotos e fica olhando e relembrando.


Três crianças
Essas crianças agora devem estar brincando nos céus do Senhor. O menino da esquerda morreu com 93 anos de idade, o do meio foi o que mais jovem morreu, aos 80 anos de idade, e a menina é a minha tia que hoje completaria 95 anos de idade.


Feliz Aniversário, tia!

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Marcha da Solidariedade

Há uma duas semanas vi um cartaz sobre a Marcha da Solidariedade organizada pela Misereor, uma entidade de benemerência da Igreja Católica alemã, fundada em 1958 e com projetos nos países do terceiro mundo, inclusive com 13 projetos no Brasil em trabalho conjunto com a Pastoral da Terra.


Essa Marcha programada para o domingo, 10 de abril, foi organizada para angariar doações para as vítimas da enchente do Paquistão, que em agosto do ano passado deixou mais de seis milhões de pessoas desabrigadas.


Interessei-me pelo programa, devo confessar, menos pelas vítimas da enchente do Paquistão mas bem mais pela minha vontade de poder caminhar em grupo num trecho de 10,7 km que eu conheço relativamente bem.


A Marcha iniciou-se às 9:30 da manhã com uma missa na igreja católica aqui do meu vilarejo.


Igreja Católica de Santo Antônio em Oberselters
Nunca tinha entrado nessa igreja, pois ela fica fechada quando não tem missa e eu não sou pessoa que freqüenta missa, mesmo porque não sou católica.


Mas eu fui à missa assim mesmo, já que a marcha se iniciava com a missa. A marcha ia praticamente do último bairro ao norte até ao último bairro ao sul da cidade de Bad Camberg. Previstos estavam dois itinierários, sendo que o primeiro, de 5,7 km, ia em linha reta de um para outro bairro e o outro, num total de 10,7 km, fazia uma volta por um outro bairro da cidade.


Cada participante recebeu um folheto que seria carimbado nos diversos pontos de controle. Nesse folheto também se anotavam as doações que cada um havia conseguido coletar, pois a idéia era que cada participante vendesse os quilômetros que percorresse e o dinheiro dessa venda seria então a doação para os paquistaneses.


Ao final da missa cada participante recebeu o seu primeiro carimbo e lá fomos nós marchando até o próximo ponto de controle, no bairro de Erbach, 2,4 km adiante.


Esse caminho é de fato uma rota para bicicletas, asfaltado e ao longo do riacho Emsbach. Já quase chegando em Erbach, onde o caminho fica entre o riacho e as parcelas de jardins, uma cruz marca um dos acidentes seguidos de morte mais estúpidos dos quais já tive notícia:


Uma morte estúpida.
Em agosto do ano passado a menina de seis anos foi passar uma tarde na casa da avó. Atrás da casa fica esse caminho de bicicleta à beira do riacho. Uma camionete do serviço de manutenção da companhia de eletricidade saiu da rua principal, que fica a uns poucos metros desse ponto e entrou no caminho da bicicleta.


Nisso a menininha estava também passeando com sua bicicleta por ali. O motorista da camionete deve ter percebido que entrou totalmente errado (o que já deveria ter percebido bem antes, pelas minhas contas) e engatou a ré para voltar à rua principal. Não viu a menininha e passou por cima dela e da bicicleta. A notícia do jornal diz que a menina morreu na hora e o motorista da camionete entrou em estado de choque.


No posto de controle no antigo parque infantil de Erbach os participantes se separaram em dois grupos: o que ia pela linha reta e o que iria marchar os 10,7 km.


Optei pelo segundo, no qual também marchou o padre de Bad Camberg, o mesmo que rezou a missa:


O Padre Klaus Nebel no posto de controle de Erbach
Como se pode ver, um padre jovem, o que para mim é sempre um espanto nesses tempos pós-atômicos. De qualquer forma havia bem mais jovens do que best agers (amei esse anglicismo para denominar pessoas acima de 50 anos de idade)nessa rota de 10,7 km.


A maior dos 3,4 km entre o posto de controle de Erbach e o de Schwikershausen transcorre entre o riacho Dombach e uma floresta. Essa trilha possui de trecho em trecho placas explicativas sobre a fauna e flora da região.


A trilha entre o riacho e a floresta
Os últimos 200 metros até chegar ao posto de controle eram pura subida, com o que, como sempre no caso de subida, fui a última a chegar.


Mas, lá também havia farta distribuição de água, o que foi muito bem vindo.


Posto de controle em Schwickershausen com distribuição de água
A ambulância da cruz vermelha na foto integra a marcha. Ela acompanhou-nos o tempo inteiro, como é normal no caso de alguma concentração pública aqui na Alemanha.


Seguiu-se então a pior parte da marcha: 700 metros de uma íngrime subida com 90 metros de diferença de altitude. Lá se foi o grupo e eu sobrei, pois subir decididamente não faz parte de minhas virtudes.


Ocorreu aí então algo que considerei muito legal: uma mulher estava esperando por mim à beira do caminho e me disse que iria subir comigo, pois não era legal deixar ninguém para trás. Afinal, era uma marcha da solidariedade.


Ao finalmente chegarmos ao topo do morro, onde fica a Kreuzkapelle, símbolo de Bad Camberg que a gente vê de longe na autoestrada, estava todo o grupo esperando por nós. 


Kreuzkapelle com a Casa do Sacristão
Essa Capela foi construída em 1682 e chama-se Capela da Cruz por sua planta ter o formato de uma cruz. Nas férias de verão, durante uma semana as crianças de Bad Camberg fazem jogos e brincadeiras em torno da Capela. A Casa do Sacristão foi construída em 1725.


A partir daí praticamente foi só descida. Depois de mais 3,9 km chegamos finalmente ao ponto de chegada, que era o Salão Paroquial do bairro de Würges, onde nos esperava uma refeição do jejum. Estava muito curiosa para saber o que é uma refeição do jejum, já que para mim jejuar é não comer nada e assim também não pode haver uma refeição do jejum.


Por módicos 3,50 € havia nos esperando um prato de lentilhas brancas, com bastante salsicha e lingüiça e mais pão preto, que se podia comer à vontade. Uma delícia. Acho que vou sempre querer jejuar assim.


Resumo: Foram 10,7 km de marcha forçada, com uma subida de pagar todos os pecados até daqui a uns dez anos e bem poucas fotos, pois nem pensar em tirar fotografias andando a 5 km por hora. Espero que os paquistaneses possam fazer alguma coisa com os 20 € que consegui coletar para a Marcha da Solidariedade.


Andar em grupo é legal, mas andar sozinha é melhor ☺!



Solidaritaetsmarsch am 10.04.2011 auf einer größeren Karte anzeigen


domingo, 10 de abril de 2011

Final de domingo

Foi uma semana proveitosa, sobretudo se considero o tempo maravilhoso que tem feito. Espero ardentemente que assim o continue por toda a primavera e mais o verão e, por que não, também o outono.


Foi um domingo assaz interessante, mas vou contar só amanhã o que tudo eu fiz hoje pois eu estou cansadésima.


Uma foto para já aguçar a curiosidade:
Vista geral da cidade de Bad Camberg

sábado, 9 de abril de 2011

A terceira margem do rio

Sou um ser apaixonado. Duas de minhas paixões são caminhar e tirar fotos. Num primeiro momento duas atividades incompatíveis, mas a partir do momento em que você desiste de medir quilômetros em horas e prefere medir a caminhada em fotos tiradas, acaba não tendo a menor importância que para a caminhada que outros fazem em quatro horas você precisa de no mínimo seis. 

Mas, para que de fato a compatiblidade seja perfeita, você tem de ir caminhar sozinha o que tem a desvantagem de você não poder se aconselhar com ninguém outro que não o mapa, companhia indispensável para uma boa caminhada.

Assim aproveitei o dia magnífico de primavera e fui fazer minha primeira grande caminhada desse ano. Escolhi para tanto o Rio Lahn, um afluente do Rio Reno, ambos rios para mim mágicos e únicos.


Os primeiros 1,5 km foram entre a minha casa e a estação, onde me deparei com um fantástico pé de magnólia em flor, cuja foto publiquei ontem.


Com o trem fui então até Limburg an der Lahn, onde comecei a anotar a caminhada no GPS. 


Cerca de dois quilômetros da estação cheguei então ao Rio Lahn:


O Rio Lahn no bairro Staffel em Limburg
Escolhi a margen direita para a caminhada pois pela margem esquerda eu já havia caminhado no verão passado, inclusive tendo visitado o Palácio de Oranienstein, que ontem vi só de longe e de fundos:


O Palácio de Oranienstein visto dos fundos
Esse palácio é um dos quatro palácios-séde da Família Real Holandesa (os outros três são Oranienburg em Brandenburg perto de Berlim, Oranienbaum em Dessau no estado de Sachsen-Anhalt e o quarto, que já não mais existe, chamava-se Oranienhof e ficava em Bad Kreuznach,também em Rheinland-Pfalz, e assim a cidade mais próxima a esse Palácio de Oranienstein).


Hoje o Palácio abriga uma Unidade do Exército Alemão e no andar térreo está instalado um museu sobre a Casa Oranien-Nassau, que pode até nos interessar uma vez que também é a origem de nosso príncipe Maurício de Nassau, aquele da invasão holandesa. Quem quiser ver esse palácio de frente, basta clicar aqui, uma foto que tirei ano passado.  Ano passado visitei esse museu junto com um grupo de holandeses que avidamente compraram árvores genealogicas da família real holandesa. 


Oito quilômetros e 175 fotos mais tarde, passeando por uma magnífica paisagem de árvores em flor, jardins floridos e um rio serpenteando calmamente na natureza, cheguei à cidade de Diez.


Diez com o Castelo e a velha ponte sobre o Rio Lahn
No canto direito superior o castelo que hoje é um albergue da juventude. Por achar esse castelo muito velho e desconfortável - a parte mais antiga foi construída no século XI - a Princesa Albertine Agnes mandou construir o Palácio de Oranienstein no século XVII.

Depois de andar pela idílica cidadezinha de Diez fiquei a me perguntar o que deveria fazer: continuar andando para frente, pegar o trem de volta ou voltar andando.

Para pegar o trem de volta eu achei muito cedo: o relógio marcava 14:30 e isso significava que ainda teria bastante dia bonito pela frente, já que o GPS me informou que o sol iria se por às 20 horas.

Voltar tudo a pé também não me interessou muito, pois nesse trecho eu agora já conhecia as duas margens do rio, com o que me decidi ir para frente, sem saber que assim, como no conto de Guimarães Rosa, estava apenas começando a busca à terceria margem do rio.

Havia me proposto a ir então até à cidadezinha de Fachingen onde fica a próxima estação do trem. Consultando o mapa concluí que se fosse pelo lado esquerdo do rio, onde também fica a estação, seriam cerca de 3 quilômetros, mas não iria andar à margem do rio e provavelmente nem iria ver o rio, pois nesse trecho o caminho vai por dentro, em virtude da grande curva do rio.

Se, porém, fosse pela margem direita, iria o tempo inteiro andar à margem do rio, mas isso significaria uns dois quilômetros a mais, já que a ponte que atravessa o rio fica além da estação, ou seja, teria de voltar um trecho pelo outro lado do rio.

Optei pele trecho mais longo, mas mais bonito e lá me fui marchando feliz e contente ao logo do rio. Realmente a paisagem era magnífica e o rio ao lado transmitia uma calma e serenidade únicas:

Adorável passeio às margens do Rio Lahn
Depois de ser ultrapassada por inúmeras bicicletas, corredores e até uma moça de patins inline, vi ao longe a ponte e já me alegrei por logo chegar à estação, pois estava cansada.

Chegando mais perto da ponte fui supreendida por uma placa que me pareceu uma piada de extremo mau gosto: "Ponte fechada".

Devo confessar que não foi a primeira vez que me acontece algo semelhante e sempre me fica a pergunta, porque não colocar a advertência, por exemplo, na altura da última ponte passável?

De que me adianta saber que a ponte está fechada e assim indisponível para atravessar o rio somente quando já estou defronte a ela?

Eis aqui a malvada da ponte, que, pelo que pesquisei na Internet depois de chegar em casa, está fechada já há pelo menos dois anos e cogitava-se derrubá-la de vez, o que parece agora não mais vai ser o caso. A ponte deve ser restaurada até o começo de 2011 pelo que li numa notícia de meados de 2009. Como pode ser facilmente verificado, o começo de 2011 vai já firme no segundo trimeste e nem sinal de obras na ponte, apenas a placa: "Ponte Fechada".

A ponte fechada
Junto a essa placa também havia as placas com as distâncias aos pontos mais próximos e nem tão próximos. Assim, teria eu ainda mais de três quilômetros à minha frente para chegar até à próxima estação do trem, na cidadezinha de Balduinstein.

Nova consulta ao mapa mostrou que antes de chegar a Balduinstein, onde fato havia uma ponte que praticamente caía dentro da estação, havia uma ponte onde atravessa o trem. De fato, ao lá chegar, justo ia passando um trem de carga:

Trem de carga sobre o Rio Lahn Entre Fachingen e Balduinstein
Ao passar por essa ponte, alegrou-se-me o coração e os pés também já pensaram em alívio: não mais estaria longe a ponte e assim a estação.

Ao finalmente atravessar a ponte, senti-me literalmente sobre a terceira margem do rio:

Finalmente em cima de uma ponte!
Mais meia hora e o trem me levou de volta a Limburg e mais um outro trem de volta para casa, não sem antes porém ter de andar 1,5 km da estação até em casa.

Resumo: Num total de 21 quilômetros (18 à beira do rio e mais os 3 de ida e volta à estação) consegui tirar 364 fotos.

E para quem se interessa, aqui a rota de ontem à beira do rio:


Limburg nach Balduinstein auf einer größeren Karte anzeigen