quarta-feira, 1 de junho de 2011

A magia de uma foto

Gosto de fotos e gosto ainda mais de fotos antigas. Dia desses, passeando pelo site de minha antiga escola, deparei-me com uma foto mágica, que teve o dom de me transportar para tempos idos e vividos que jamais voltarão e só existem na lembrança de quem os viveu.


Para ficar mais clara a história, coloco aqui a foto, que peguei no site:
Uma foto mágica
Essa foto é de 1967 e foi tirada no lançamento de um livro de poemas da autora Leila Gouvêa, que vem a ser a irmã da garota sorridente à direita na foto, Célia Gouvêa. Dizer que Célia foi colega de minha irmã mais velha no clássico é muito banal para descrever um relacionamento que envolvia ainda outras três meninas. Estudavam e estudavam e estudavam. Quando não estavam na casa da uma estavam na casa da outra e assim por diante.


Rever esse sorriso de Célia foi para mim reviver aquela época, rever na minha lembrança aquelas meninas na minha casa estudando e estudando, aquelas conversas tão profundas que me fascinavam, já que eu era mais nova e não podia atrapalhar e muito menos ainda participar.


Um tempo em que éramos ingênuas, um tempo em que tínhamos ideais, um tempo em que estudávamos em uma escola de elite, termo que na época nem existia e tão pouco tínhamos noção de quão especial foi aquela escola. 


A pessoa no lado esquerdo da foto é a professora de filosofia da turma. Uma pessoa especial, com o dom da didática que hoje em dia se procura por aí como agulha em palheiro.


Mas, o tempo passou e a roda-viva levou consigo os sonhos, as ilusões e os ideais. Mesmo a escola não existe mais. Há lá um prédio tombado pelo patrimônio histórico, que recentemente foi restaurado, abrigando uma escola estadual de segundo grau que decididamente nada tem a ver com aquele Colégio no qual estudei.


Célia nunca mais vi, mas sei que se tornou uma coreógrafa de renome internacional. Tem também um site próprio, basta clicar para lá chegar.


A história da professora de filosofia terminou tragicamente. Para quem se interessar, muito bem escrita no livro de Maitê Proença "Uma vida inventada: Memórias trocadas e outras histórias."


Mas na foto mágica nada disso existe. Existem duas mulheres muito de bem com a vida numa época histórica tremendamente especial.


Quem viveu, viveu, quem não viveu não vai entender nunca porquê se chora de saudades dessa época.